terça-feira, 8 de novembro de 2011

Amizade por ralo abaixo

Você já teve uma amizade que, você imagina ser a melhor do mundo, mas um dia, você descobre que não passava de pura impressão momentânea?
É, foi assim comigo.
Durante alguns anos da minha adolescência, acreditava ter uma amiga, apesar do laço sanguíneo. A amizade, em minhas lembranças, eram perfeitas: nos dávamos muito bem, sabíamos os pensamentos uma da outra, sabíamos os segredos uma da outra e para nós, naqueles anos, a amizade seria pra sempre.
Eis que, logo, descobrimos que o pra sempre não existe.
Ficamos anos sem nos falar, inclusive quando minha mãe lutou contra o câncer por 5 anos, eu não recebi um telefonema perguntando se eu estava bem.
Um dia, do nada, e quase 8 anos sem nos falar, ela me liga e fala pra irmos ao shopping. Depois do shopping, pra uma balada e a amizade reapareceu do nada... da fumaça ao fogo novamente. O que, claro não durou um ano.
Mais um ano, e veio uma mensagem de que precisava falar comigo. Vamos lá... A ideia era: morarmos juntas. Diz ela que pensou muito e eu seria a única pessoa no mundo com quem ela conseguiria morar junto, dividir a vida dentro de um apartamento. E... sumiu novamente.
Mas, mais um ano depois, me ligou porque o cachorro morreu: desculpa, mas minha mãe era mais importante, e ela tinha acabado de fazer um transplante de medula.

Mais algum tempo sem nos falar e eu estava com tudo isso entalado na garganta, foi quando eu quis remexer no passado. Fui até a garagem onde guardava em caixas várias lembranças, entre elas, milhões de cartas que trocávamos.
Li e reli, uma a uma. Até cheguei a pedir pra ela as que eu mandei, porém, não fui atrás de buscá-las.
Lendo tuuuuudo que tinha em mãos descobri o fim de uma amizade. Não o fim pro resto de nossas vidas, mas o fim de que ela nunca existiu.
As cartas mostraram muito mais desentendimentos e promessas, do que fatos realizados. Descobri que vivíamos pedindo desculpas por algo que a outra achava que uma tinha feito. Eram ciúmes de outras amizades, um grude sem fim, que não podia ser real mesmo. Tudo que só um adulto podia enxergar.
Final das contas: cartas ao lixo e a impressão de um sonho que acordei, com o sentimento de que tinha realmente acontecido.

Hoje?
Não existe nada além da mesma troca de ciúmes, de cobranças, de má-impressões. quando tudo poderia ser levado como: somos parentes e nunca fomos amigas. Podemos conviver com isso?
A mão da rua é sempre dupla num relacionamento, por isso, nesse meio não há o certo ou o errado. Há a minha verdade e a dela, e no meio de tudo, não há nada. Nada que se possa fazer, nada que tenha realmente existido, nada que eu gostaria de fazer (no momento).

A minha verdade? Gostei demais dela e da "amizade" que acreditei ter dela. E o pior, se hoje mesmo, ou daqui mais 10 anos, sentássemos para conversar, sei que nos daríamos muito bem, daríamos muita risada, gostaríamos de ir em mesmos lugares, teríamos vontades e assuntos em comum. Fora a arrogância e o salto que ela sobe sempre quando acorda, se achando melhor que todo mundo por ter mais dinheiro, ou simplesmente por achar que é melhor mesmo. Porém digo e repito se necessário: um dia o salto quebra, e são essas pessoas que "estão embaixo" que vão te segurar.

Sinto muito, muito mesmo, por ter descoberto que essa amizade, que dentro de mim eu acreditava ter sido verdadeira, não foi de verdade. Foi apenas impressão. Fumaça virou novamente...

Quem sabe um dia.

Graças a Deus, ainda não perdi a crença nas pessoas e nas possibilidades da vida. Enquanto isso, estou vivendo um ótimo momento com meu bebê na barriga, com meu marido trabalhando ao máximo para nossa vida e com a expectativa de dias ainda mais felizes pela frente, com amigos que colecionei pela vida. Esses, podem não estar comigo todos os finais de semana, mas estão comigo por todos os dias de minha vida em pensamentos e boas lembranças, e algumas visitas.

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